terça-feira, 27 de dezembro de 2011

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Vejo e sinto até onde minha imaginação possa me levar.
















[junior ferreira]
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O que gritam na avenida,
Os que gritam na avenida - e gritaram -  materializam o pânico ao ver aquela mulher morta dentre a multidão.

Os planos não são os mesmos - me disse uma vez uma amiga - os planos estão em diferentes frequências, mas quando se unem causam dor, susto - e por menos impensável - alegria para alguns que se veem tácitos e vagarosamente tomados por um frêmito que corta a espinha.

Eu vi a mulher sair multidão.











[junior ferreira]

domingo, 25 de dezembro de 2011

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Eu ouço Joni Mitchell e os nossos livros são diferentes.
Você fala de Robert Toru Kiyosaki, eu de Ferreira Gullar.
Não abrimos as portas ao mesmo tempo - você não abre a porta para estranhos, nem se for o eletricista - nem atendemos os telefonemas com a mesma educação - você sempre o mais educado.

Rimos, entretanto, com a mesma intensidade.  Nos sentamos no mesmo espaço e dividimos perspectivas que nunca teremos em comum.
Embora tantos contrastes, sua presença modifica o meu dia. Por onde quer que caminhamos, ou quaisquer que sejam as formas que sua identidade assuma - por cartas, ou telefonemas - sua essência faz do meu dia, um lugar iluminado.



















[junior ferreira]

sábado, 17 de dezembro de 2011

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Quero voar,
Vou à Saturno se por acaso liberarem a verba.

Levarei nossas bagagens; deixe pronto as roupas, vamos à Júpiter.
Leve o tempo, e nesta coordenada irei amar-te.

















[junior ferreira]

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

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E de fato olho para diferentes ângulos dentro deste triangulo.
Em cada lado, menos sentido. E toda sua incoerência multiplicada pelo catetos, fazem deste uma figura visivelmente perfeita.


















[junior ferreira]

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

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E se tentam descrever quão singular é o ininteligível, mesmo aos mais filosóficos e aos doentios estudiosos que se dedicam à paixão, seria incansável. Absurdo se compreendo meus preceitos, se quando os tenho em mãos eu os perco - sempre. Notável pareça, para aqueles que não se queixam de que não há solidão quando nunca sozinhos estiveram - imperceptível se, lacônico, avaliar.

Mesmo que ainda palpáveis, as cartas que escrevi pela manhã foram roubadas de minha gaveta - e estranho para aqueles que as lerem - se permanecer alguma mensagem, que não me compreenda de forma errônea. Digo, se estamos apaixonados, não sabemos escrever - tudo é luz - corretamente. Contudo, ao desabar do mundo, os poetas que rondavam nossas veias, emergem e nos sugam toda a essência. O desespero, que em si é tão ardente e amargo, torna-se significante, fazendo-nos criar coisas que nos remete a uma paixão que está fora de nossa existência para adjetiva-la. 

E se amo, não sei dizer o porquê - nem como se diz eu te amo - ou quem estou amando.


















[junior ferreira]


terça-feira, 29 de novembro de 2011

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Esse não é bem o derradeiro verão,
mas o início de mais um breve momento, no qual estaremos mais próximos.

E se o acaso nos afastar, quando eu estiver sozinho, imaginarei seus sorrisos se misturarem aos meus, se de fato, não estando mais ao meu redor, estará em minha alma.














[junior ferreira]

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

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Eu conto as palavras
e se bato na porta, antes de entrar, perco o melhor de você.












[junior ferreira]

terça-feira, 22 de novembro de 2011

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Você pode voar,
misturar o seu ao meu riso.

Você pode voar,
misturar seus braços aos meus.

Se eu pudesse voar...












[junior ferreira]

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

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Não precisa chorar, o sol já vem.












[junior ferreira]

domingo, 13 de novembro de 2011

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Tão rápido são os nossos diálogos,
ligeiros como o adeus - sem o ponto final - que me tira
toda a vontade de ter esperança em algo que esteja acima
de apenas uma boa amizade ou um bom dia.

E mesmo distante, sinto seu cheiro.
Aquele mesmo cheiro que inventei vir de você,
de suas roupas, de seu perfume tegumentar.



















[junior ferreira]


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É a vida que se esvai nesse barco sem rumo,
ora e as ondas?!
As ondas não se cansam de ir e vir,
levando-nos a encontros que jamais imaginávamos experimentar.








[junior ferreira]

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

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Nessa busca incansável pelos outros, sei que encontrará a si próprio.
E ainda que seja para você mesmo, vai conseguir dizer EU TE AMO.

                          Eu me recordo, na verdade, da nossa ultima noite.
















[junior ferreira]

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

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E quando penso que tenho amor, não o tenho.
Tenho paixão, tenho medo.














[junior ferreira]


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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E o frêmito me sobe a espinha e desce pelo corpo enquanto sua barba roça meu pescoço.
E o frêmito lhe sobe a espinha e desce por seu corpo enquanto minha barba roça seu pescoço.


E o que, de fato, se desemboca no final é o amor natural que se revela em estranhos momentos.















[junior ferreira]










sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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É tudo questão de tempo até percebermos que só temos a nós mesmos.















[junior ferreira]

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

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Deixe o Sol bater em nossos pés
entrelaçados no braço do sofá.

          Deixe os nossos pés se aquecerem ao Sol,
          enquanto a sala,  indumentada por apenas nossos sorrisos e
          um sofá velho, ecoa um final de tarde vermelho.



















[junior ferreira]

sexta-feira, 16 de setembro de 2011



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Vou caminhar por aí,
          sem tempo, pressa,
dar as mãos a você e aprender a voar.











[junior ferreira]

segunda-feira, 8 de agosto de 2011










Tenho pressa em viver,
urgência em ser feliz.


















[junior ferreira]













Minha tristeza não é banal,
é necessária.
Torno-me mais criativo nesses momentos.
Desenho mais, escrevo velozmente,
a decisão entre escolher o vermelho ou o azul é espontânea, coerente.

Mas não quero escrever a todo instante, não quero desenhar todos os retratos em um só final de semana, não quero.















[junior ferreira]

domingo, 7 de agosto de 2011

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é mesmo velha, antiga, mas sempre será a minha casa
























[junior ferreira]

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

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É necessário viver - em - nosso tempo.


















[Junior Ferreira]

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Vou guardar minhas camisas naquela caixinha embaixo do sofá - aquela que vem cobrindo uma bailarina dançante que se exibe na caixinha de música, uma caixa dentro de outra - guardar meus sapatos em cima da geladeira, minhas calças guardarei sob os teus lençóis - que ainda tem o cheiro de ontem, do suor de ontem - minhas cuecas jogarei pela janela, não as guardarei

Quando estou nú no centro da sala do apartamento gelado, sinto meu corpo se arrepiar, ser tomado por cada fremito, cada nervura que faz os meus pelos se arrepiarem e minha coluna gelar

Estávamos nus naquela manhã de setembro - acordava e sentia você beijando meu membro


Quero estar nú ao seu lado































[junior ferreira]

domingo, 12 de junho de 2011

Qualquer coisa que se assimile a nudez,
bunda
peito
vagina
corpo - uma sala sem os móveis -
fazem das nuvens, uma mulher,
as curvas da cintura transformando-se em lábio,
lábio em cabeça de cachorro,
este num castelo...
Modela-se a imaginação nas nuvens, e deixa-se levar
para onde as coisas não fazem tanto sentido - talvez, ainda, um sentido não palpável.





















[junior ferreira]

segunda-feira, 16 de maio de 2011








Café com leite bem morninho
na manhã gelada de terça feira,
juntamente com os gritos da vizinha, a construção ao lado - entre pedras e tijolos estourando - meus papéis vão caindo no chão enquanto estudo e ouço "don't think twice it's all right".

São os barulhos que fazem desta, a minha manhã veloz.



















[junior ferreira]

sexta-feira, 13 de maio de 2011












Boitatá
Kelpie
Luz
Fogo Fátuo

Qualquer coisa que brilhe a noite, o dia,
o presente veloz, independente de sua forma, cor ou existência.

E em teu nome carrega um peso mórbido,
mas em nada de obscuro as palavras ponderam.
O nome, que me fez lembrar das chamas azuis - resultados
da combustão de fosfina (PH3) gerada em corpos de plantas e animais em putrefação - flutuantes lá no brejo da Dona Não-Sei-Quem, é apenas um lugar carregado de espíritos e prosas, modelado no medo de alguns moradores, nas palavras de coisas vividas, sentidas.

O nome é apenas um presente - capa preta e algumas poesias - que recebi na manhã de quarta feira e acabou, num lampejo só, iluminando o meu dia.












Poesia em homenagem a um grande amigo e poeta 
Franck 

[junior ferreira]


domingo, 17 de abril de 2011












É tudo uma situação já cansada, repetida,
Forçada em certos aspectos.
Mesmo dizendo que me ama,
pergunto para mim mesmo
se eu me amo.
















[Junior Ferreira]

quarta-feira, 23 de março de 2011

O perfil esquerdo é mais largo,
O direito é menos denso e protuberante ao descer pelo queixo
Ao subir pelo nariz, as coisas são menos exatas

A cintura daquela garota é feito uma cobra,
Não queira saber o que ela faz na escada com as próprias pernas;
Os pés não se encaixam em sapatos, chinelos,
Meias ou qualquer outra coisa.

É assim que o amor se revela quando não se sabe revelar, muitas vezes, sem nexo como a garota que passa por mim todos os dias e nem sei o seu nome.

























[Junior Ferreira]

terça-feira, 25 de janeiro de 2011










O que, há dois anos, bebíamos e falávamos eu te amo um para o outro,
tornou-se, meses atrás, em boa tarde, bom dia.

Hoje, resta-nos um até logo nos finais de tarde - e nada mais.















[junior ferreira]

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011











Existe um amor natural cravado em certas coisas, nos retratos existe.
Enquanto folheio as páginas, lembranças dos cinco anos de idade - a época em que vovó era viva. Lembranças dos amigos que foram apagando-se com o tempo em duas páginas seguidas - cheias de sorriso, detalhes daquele dia na casa de praia - apenas lembranças.
São nos retratos que me perco, nestes que às vezes lembro de como eu era.
E vendo minha mãe chorar ao ver os sorrisos da minha irmã, posso dizer que os retratos mantém algo além de reminiscências.
A saudade de ter quem amamos por perto está também nos retratos.






















[junior ferreira]