terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

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São tantos universos que se somam sem nunca terem se conhecido,
nunca se tocado, ou visualizado a luz da existência.
Mesmo assim se conhecerem,
sabem que tem algo ali, fazendo companhia,
ouvindo os sussurros,
lamentos,
orações.

Nos momentos mais tristes, eu me isolo.
É tão fácil, não preciso recorrer a manual ou a ferramentas inter-galáticas.
Se abro a porta e sento em meu sofá,
o que me encara é a TV, o jornal no chão, Haper Lee na estante.

É trivial sentir-se sozinho, enxergar-se sozinho é
ainda mais banal - e assim as combinações de solidão formam-se.
Difícil mesmo é perceber que essa dor vai ser carregada
até o último dia.
E que a minha sombra vai deixar de me seguir,
o meu gato vai deixar de sentar na janela
e meu violão vai se tornar poeira.

Onde cabe o amor em toda essa trajetória?

Vi num filme, que o amor percorre quaisquer dimensões,
até mesmo aquelas que não conhecemos.

Acho que não faço parte desse universo,
muito menos daqueles que se somam
e se cuidam
e se misturam e viram
apenas
um.












[junior ferreira]

Um comentário:

  1. lindo poema Junior, eu tenho muita dificuldade de lidar com a solidão, com a tristeza, por isso achei tao lindo seu poema!

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